O que a repetição traz de novo?

Já reparou que existe algo semelhante que se repete nos seus relacionamentos, nos diferentes empregos que você já teve, nas amizades que você atrai ou até mesmo nos comportamos que você gostaria de mudar em você?
Mas… Por que repetimos experiências que nos causam sofrimento?
Para a Psicanálise, o conceito de repetição de um sintoma, ou seja, de repetir pensamentos, atitudes, comportamentos e padrões de nos relacionar, carrega uma ambiguidade, ou seja, um sentido duplo e até contraditório.
Existe algum tipo de satisfação ou ganho secundário naquilo que repetimos, assim como também está presente alguma relação autodestrutiva da qual não conseguimos nos libertar. Isto provoca certa compulsão à repetição.
Entretanto, não se trata de algo que estamos para sempre determinados a fazer, a um destino certo, mas sim daquilo que, ainda que inconscientente, escolhemos repetir.
Investigar os porquês das nossas repetições nos permite abrir as portas para trilhar um novo caminho.
Portanto, a repetição traz “de novo” a possibilidade de fazer diferente. Para isso, pode ser necessário conhecer e se reconhecer nos processos mentais envolvidos diante do sintoma que se repete.
Como a nossa mente tende a buscar o que lhe é familiar, sempre haverá algum tipo de resistência ao novo naquilo que se repete. Todavia, é somente nos apropriando desse novo que nos tornaremos sujeitos do nosso próprio destino.