Os efeitos da Raiva

Já dizia Freud que todo sujeito carrega pulsões de vida e de morte, expressas na sexualidade/desejo e na agressividade/destrutividade e ambas são saudáveis quando bem direcionadas.
Embora a raiva seja considerada uma emoção negativa e desagradável, ela vai aparecer em algum momento e pode ser aproveitada.
Através da tensão muscular que a raiva provoca, ela aumenta a nossa força e energia e cria em nós um impulso para a ação, nos leva a reagir com rapidez e força para nos defender e para impor limites quando nos sentimos agredidos, insultados, contrariados, quando nos negam direitos, quando presenciamos desrespeito, injustiça ou exploração.
A raiva nos traz a necessidade de proteger o que é nosso, nos impulsiona a buscar os objetivos e as recompensas que desejamos, nos injeta otimismo e motivação.
Entretanto, embora a raiva tenha a sua função, os efeitos de um excesso de raiva podem ser devastadores e as vezes irreversíveis na vida do outro na nossa própria vida.
Acessos de raiva desproporcionais também podem contribuir para o Transtorno Explosivo Intermitente, com episódios de descontrole da agressividade e violência, associados ou não ao abuso de substâncias.
Tudo isso pode afetar o convívio social, afastando as pessoas e prejudicando as relações, além de fazer o sujeito agir de forma que contradiz seus próprios interesses (Por exemplo, provocar um acidente, perder o emprego, romper o relacionamento, destruir patrimônio, agredir ou ser agredido).
Por outro lado, dentro dos limites esperados, a raiva pode nos ajudar a praticar o diálogo e a reparação, fazer autocríticas e amadurecer, lidar melhor com a frustração e aprender a nos comunicar melhor.
Em doses exageradas, a internalização da raiva pode ser tão perigosa para a saúde quanto o cigarro e a obesidade, contribuindo com vertigens, tremores, inquietação, falta de memória e problemas gastrointestinais; provocar grandes descargas de adrenalina, aumentar a pressão arterial e os batimentos cardíacos, levar a um infarto cardíaco ou a um acidente vascular cerebral (AVC); desencadear quadros de depressão e ansiedade.
Você não vai conseguir criar um escudo protetor contra a raiva, nem é saudável que seja assim, mas precisa aprender a dar um destino adequado a esta emoção para conseguir viver em paz com quem você é.